O mês de maio foi marcado por uma tragédia natural sem precedentes no Rio Grande do Sul. O elevado índice pluviométrico na primeira semana do mês, muito acima da expectativa para o referido período, elevou o leito dos principais rios do Estado, ocasionando enchentes e alagamentos em mais de 50% dos municípios gaúchos. Dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. Os prejuízos financeiros são incalculáveis, sobretudo, considerando os insumos alimentares, logísticos, estruturais e de subsistência que forma destruídos ou prejudicas por este singular e catastrófico fenômeno climatológico. Todos os entes federativos estão irmanados no apopio às vítimas. O Estado Bandeirante, por sua vez, centraliza no Fundo Social de São Paulo (FUSP), o levantamento de insumos emergenciais necessários neste momento, com a triagem e o encaminhamento realizados pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civiel (CEDEC). Água, materiais de higine e limpeza, bem como cobertores e alimentos não perecíveis são imprescindíveis no atual momento crítico.
O Comando de Policiamento de Área Metropolitana 8 (CPA/M-8) coordena a arrecadação de seus Batalhões subordinados, já que as Sedes destes quartéis são pontos de arregimentação pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) nos 14 municípios que cobertos pela referida região. Por sua vez, o 14º BPM/M recebeu, em suas Companhias, até o dia 20 de maio de 2024, cerca de 3,5 toneladas de água, alimentos, roupas e cobertores, já alocados para a sede do citado Comando Regional, com destinação imediata aos Irmãos e Irmãs necessitados do RS.
A Ajuda Humanitária, além de ser elemento essencial que nos qualifica como seres humanso, também tem uma finalidade específica para o Estado e para as Ciências Policiais. Locais acometidos por calamidades públicas e desastres são vulneráveis à incidência criminal, principalmente de delitos contra o patrimônio. O apoio de subsistência, neste sentido, é essencial, garantindo uma maior rapidez no reequilíbrio das furnções essenciais para a população e no retorno à normalidade, sempre com vistas à mitigação da vulnerabilidade criminal. Neste sentir, o reforço e apoio policial, incluindo efetivo da própria PMESP nestes locais (com a destinação de voluntários), permite a proteção destes insumos para garantir uma estrutura mínima de autonomia, proteção e segurança ao cidadão gaúcho.
Considerando o amplo espectro da Preservação da Ordem Pública, cabe destacar, ainda, o importante papel da já citada Defesa Civil do Estado de São Paulo e do nosso Corpo de Bombeiros, que prestam relevantes serviços de suporte e rescaldo na gestão e mitigação dos efeitos maléficos acometidos pela calamidade e, sobretudo, no pós-desastre, onde insurgem diversos problemas que afetam, simultaneamente, a segurança, a tranquilidade e a salubridade públicas. O resgate e a alocação de resgatados em abrigos e alojamentos, bem como a gestão humanitária e logística de insumos, perpassa por atividades especializadas destes dois núcleos funcionais de profissionais que integram a Força Pública bandeirante e que, por ora, prestam seu labor e sacrificam sua vida e sua rotina em prol daqueles que mais necessitam no Brasil na contemporaneidade.
Enfim, fica evidente que o suporte aos Estados que passam por calamidade pública é, além de uma função humanitária, também uma função policial. Seja no perímetro vermelho da crise ou à distância, sempre haverá um Policial Militar pronto para ajudar. Os mantimentos, arrecadados pela sociedade civil de Osasco e centralizados pelo 14º BPM/M e pelo CPA/M-8, são provas vivas e inequívocas no cumprimento de nossa perpétua vocação: SERVIR E PROTEGER! FOCO NA MISSÃO!
AUTORES:
Ten Cel PM Joaquim KEIDA Mendonça Ishy (Cmt do 14º BPM/M e Mestre em Ciências Policiais pelo CAES)
Maj PM Eduardo MOSNA XAVIER (Subcmt do 14 BPM/M e Doutor em Ciências Policiais pelo CAES)
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